“Vaca Profana”: um mergulho profundo na obra-prima de Caetano Veloso, a voz inconfundível de Gal Costa e a riqueza de uma música que desafia tabus e transcende gerações.
Quando pensamos na riqueza da música popular brasileira, é impossível não lembrar das obras que marcaram a nossa história. “Vaca Profana” é, sem dúvida, uma dessas canções. Composta por Caetano Veloso e imortalizada na voz de Gal Costa, essa música atravessou décadas e continua a emocionar e provocar reflexões sobre temas como religiosidade, sexualidade e liberdade.
Em nosso próximo artigo, vamos mergulhar na história por trás da criação de “Vaca Profana”, explorar a relação íntima e duradoura entre Caetano Veloso e Gal Costa, e revelar os segredos escondidos na complexidade dessa obra-prima. Prepare-se para se emocionar, questionar e redescobrir uma das mais icônicas músicas da cultura brasileira através de uma análise técnica detalhada.
Esteja pronto para se conectar com a história de “Vaca Profana” e a sua relevância no cenário musical brasileiro, desde a sua concepção até o momento em que Gal Costa empresta sua voz poderosa para dar vida à canção. Será uma jornada repleta de descobertas, que certamente vai nos fazer refletir sobre a beleza e a profundidade da música e do talento desses dois artistas inesquecíveis.
Embarque conosco nessa viagem e prepare-se para enxergar “Vaca Profana” com novos olhos, redescobrindo a magia e a poesia que fazem dessa canção uma obra eterna e incontornável do repertório brasileiro.
A história da canção Vaca Profana
Vaca Profana é uma das canções mais emblemáticas do cantor Caetano Veloso. Lançada em 1984, a música foi composta em parceria com o músico, Tavinho Moura, e é uma crítica social e política ao regime militar que governava o Brasil na década de 1980.
A canção é um hino à liberdade e ao direito de expressão artística no país. O refrão “pra que mentir, fingir que perdoa, se esta casa ainda é minha, se esta rua ainda é nossa” é um chamado para a resistência contra a censura e a opressão.
“Vaca Profana” é uma música composta pelo cantor e compositor brasileiro Caetano Veloso em 1984. Faz parte do álbum “Uns”, lançado no mesmo ano. A canção possui uma rica e complexa mistura de elementos poéticos, religiosos e sociais.
A letra da música contém referências a temas religiosos, como a figura da vaca sagrada na tradição hindu e o orixá Oxum, uma divindade da religião afro-brasileira Candomblé, associada à fertilidade, ao amor e à maternidade. A “vaca profana” se torna um símbolo de transgressão e profanação do sagrado, representando a quebra de tabus e a liberdade de expressão.
A canção também aborda temas como a sexualidade, a liberdade e a emancipação feminina, através de metáforas e imagens poéticas. A letra possui um forte tom provocativo e desafiador, que gerou polêmicas e debates na época de seu lançamento.
Além disso, “Vaca Profana” se insere no contexto da música popular brasileira dos anos 80, marcada pela busca de novas expressões artísticas e pela resistência cultural em um período de reabertura política após a ditadura militar no Brasil. A música é considerada um marco na carreira de Caetano Veloso e um exemplo de sua habilidade em combinar diferentes linguagens e temas em uma única obra.
Relação de Gal Costa com a música “Vaca Profana”
A cantora brasileira Gal Costa possui uma relação importante com a música “Vaca Profana” de Caetano Veloso. Ela gravou a música em seu álbum “Fantasia”, lançado em 1981, três anos antes de Caetano lançar sua própria versão no álbum “Uns”.
Gal Costa é conhecida por sua interpretação emocional e expressiva das canções que canta. Sua versão de “Vaca Profana” contribuiu para popularizar a música e consolidá-la como um clássico da música popular brasileira. A amizade e colaboração artística entre Gal e Caetano remonta aos anos 1960, quando ambos fizeram parte do movimento tropicalista, um movimento cultural que buscava reinventar a música brasileira através da fusão de elementos da cultura nacional com influências internacionais.
A relação de Gal Costa com a música “Vaca Profana” pode ser entendida como parte dessa longa parceria artística e amizade com Caetano Veloso. A interpretação de Gal para a canção reforça os temas da sexualidade, liberdade e emancipação feminina presentes na letra, assim como a transgressão e quebra de tabus que a música representa.
Análise Técnica da Música “Vaca Profana”
“Vaca Profana” é uma das músicas mais marcantes do repertório de Caetano Veloso. Lançada em 1984, esta canção é uma poderosa reflexão sobre questões como a religião, a sexualidade e a natureza humana.
A análise técnica da música “Vaca Profana” nos permite compreender a riqueza e complexidade dessa obra de Caetano Veloso. Vamos nos aprofundar nos aspectos melódicos, harmônicos, rítmicos e estruturais da composição.
Melodia e harmonia:
“Vaca Profana” é composta em ré menor, uma tonalidade que evoca um clima melancólico e dramático. A melodia é sinuosa e expressiva, explorando amplamente a tessitura vocal. Caetano Veloso utiliza saltos melódicos e intervalos pouco convencionais, como sextas e sétimas menores, gerando uma sensação de instabilidade e surpresa. Essa abordagem melódica contribui para enfatizar a natureza transgressora e desafiadora da letra.
A harmonia da música é rica e variada, com acordes sofisticados e progressões harmônicas inesperadas. A canção apresenta acordes de sétima e nona, bem como modulações que transitam entre diferentes tonalidades, criando um ambiente sonoro instigante e repleto de tensões e resoluções.
Ritmo:
“Vaca Profana” possui um ritmo marcado pela influência da música afro-brasileira e do samba, com uma pulsação ternária e acentuações sincopadas. O acompanhamento rítmico é realizado principalmente pelo violão, que emprega um padrão rítmico característico, conhecido como “batida”. Além disso, a música conta com a presença de instrumentos de percussão, como o pandeiro, o tamborim e o agogô, que reforçam o caráter rítmico e acentuam a influência da música afro-brasileira.
Estrutura:
A estrutura da música “Vaca Profana” pode ser dividida em várias seções. A composição começa com uma introdução instrumental, seguida pela primeira estrofe. A estrofe é seguida pelo refrão, que contém o verso-título “Vaca Profana”. A música segue alternando entre estrofes e refrões, criando uma estrutura em forma de arco que se repete ao longo da composição.
Uma característica interessante da música é a presença de um “ponte” entre a segunda e a terceira estrofe. Esta seção apresenta uma mudança de tonalidade e uma melodia distinta, criando um contraste e um momento de tensão antes de retornar à estrofe original.
A análise técnica de “Vaca Profana” revela a riqueza e a complexidade da obra, tanto em termos de melodia, harmonia, ritmo e estrutura. A canção é um exemplo da habilidade de Caetano Veloso em combinar diferentes elementos musicais e temáticos em uma única obra, criando uma peça provocativa e emocionalmente impactante.
Simbolismo:
“Vaca Profana” também é interessante do ponto de vista do seu significado simbólico. O título da música, por exemplo, é uma referência à figura da vaca sagrada na cultura hindu, que representa a fertilidade e a proteção. Ao mesmo tempo, porém, a vaca também é um animal que pode ser visto como profano ou impuro em outras culturas, devido a seus hábitos alimentares e sua presença em sistemas de produção de alimentos em massa.
De maneira geral, “Vaca Profana” é uma obra-prima da música brasileira, que combina técnica, emoção e significado simbólico de maneira única e poderosa. Esta música é um exemplo perfeito da habilidade de Caetano Veloso em criar obras que desafiam a mente e tocam a alma.
Enfim, se você ainda não conhece essa canção, vale a pena dar uma chance a ela. Quem sabe ela não muda sua vida também?

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